O Panteão Nacional e os seus homenageados: maio/junho – Humberto Delgado (1906-1965)
Mai 8, 2019 | Arquivo Agenda - Notícias |
Humberto da Silva Delgado foi um distinto militar e político, natural de Torres Novas.
A sua formação militar iniciou-se no Colégio Militar (que frequentou entre 1916 e 1922), tendo como momentos de destaque a conclusão dos cursos de Artilharia (1925), de Piloto-Aviador (1928) e de Estado-Maior (1936).
Humberto Delgado, nomeado diretor do Secretariado da Aviação Civil, em 1944, fundou no ano seguinte os Transportes Aéreos Portugueses (TAP), criando as primeiras ligações aéreas a Angola e Moçambique.
Depois de ter apoiado, durante largos anos, as posições oficiais do Estado Novo – foi aliás um dos participantes no movimento do 28 de Maio de 1926 que pôs fim ao regime da Iª República -, o seu percurso político ficaria marcado pela candidatura à Presidência da República nas eleições presidenciais de 1958. Candidato único da oposição nestas eleições, foi, contudo, derrotado nas urnas, num processo eleitoral muito contestado que deu a vitória ao candidato do regime, Américo Tomás.
“Obviamente, demito-o!”, foi a resposta que deu quando foi questionado – numa conferência de imprensa em Lisboa – sobre o futuro do Governo de Oliveira Salazar, caso viesse a ser eleito.
Na sequência da derrota eleitoral, foi demitido das forças armadas e obrigado a exilar-se no Brasil, país onde encabeçou um movimento de oposição ao governo português.
A sua atitude de afrontamento ao Estado Novo valeu-lhe o cognome de “General sem Medo”.
Foi assassinado pela polícia política perto de Badajoz, em Villanueva del Fresno, a 13 de fevereiro de 1965, onde fora atraído a uma cilada, julgando vir ao encontro de opositores ao regime do Estado Novo.
Os seus restos mortais, depois de identificados, foram inumados no cemitério de Villanueva del Fresno. A trasladação para Portugal apenas ocorreu a 23 de janeiro de 1975, para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Humberto Delgado, símbolo da luta contra a ditadura salazarista, foi nomeado, a título póstumo, Marechal da Força Aérea em 1990, altura em os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional.