Humberto da Silva Delgado nasceu em Torres Vedras em 1906. Foi um distinto militar e político, tendo-se notabilizado como figura da oposição ao Estado Novo. Foi assassinado numa localidade próxima de Badajoz, em 13 de fevereiro de 1965.
Natural de Torres Novas, concluiu os cursos de Artilharia (1925), de Piloto-Aviador (1928) e de Estado-Maior (1936). Depois de ter apoiado, durante largos anos, as posições oficiais do Estado Novo, o seu percurso político ficaria marcado pela candidatura à Presidência da República nas eleições presidenciais de 1958.
Humberto Delgado, nomeado diretor do Secretariado da Aviação Civil, em 1944, fundou no ano seguinte os Transportes Aéreos Portugueses (TAP). Único candidato da oposição nas eleições de 1958, foi, contudo, derrotado nas urnas, num processo eleitoral fraudulento que deu a vitória ao candidato do regime, Américo Tomás. A sua atitude de afrontamento à ditadura salazarista valeu-lhe o cognome de “General sem Medo”.
Na sequência da derrota eleitoral, foi demitido das forças armadas e obrigado a exilar-se no Brasil, país onde encabeçou um movimento de oposição ao governo português.
Foi assassinado pela polícia política perto de Badajoz, em Villanueva del Fresno, a 13 de fevereiro de 1965, onde fora atraído a uma cilada, julgando vir ao encontro de opositores ao regime do Estado Novo.
Os seus restos mortais, depois de identificados, foram inumados no cemitério de Villanueva del Fresno. A trasladação para Portugal apenas ocorreu já sob regime democrático, a 23 de janeiro de 1975, para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Humberto Delgado, símbolo da luta contra a ditadura salazarista, foi nomeado, a título póstumo, Marechal da Força Aérea em 1990, altura em os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional.