António Óscar de Fragoso Carmona (1869-1951) foi o Presidente da República Portuguesa que mais tempo permaneceu em funções: tendo assumido a presidência interinamente em 16 de novembro de 1926, na sequência da renúncia de Bernardino Machado, viria a manter-se no cargo até à data da sua morte, ocorrida a 18 de abril de 1951.

 

Óscar Carmona era oriundo de uma família de militares, tendo tido formação no Colégio Militar e na Escola do Exército. Oficial de cavalaria, desempenhou diversos cargos de destaque ao longo do seu percurso profissional e político: foi Diretor da Escola Prática de Cavalaria de Torres Vedras (1918-1922), Ministro da Guerra (1923), presidente do Ministério (1926-1928) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1926).

Sendo um dos líderes do golpe militar do 28 de maio de 1926, e destacando-se pela sua habilidade política, facilidade de relacionamento e competência técnica, Carmona surgiu como uma solução de consenso, com forte poder arbitral, para três questões fundamentais para o regime de Salazar: as relações entre os militares; as relações entre os militares e os políticos; e as relações entre monárquicos e republicanos. No âmbito do Estado Novo, o seu papel político face a um Salazar de poder indiscutível, foi sempre discreto. Estas razões justificam que tenha permanecido no cargo de Presidente da República durante um quarto de século.

Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos até à conclusão do Panteão Nacional para onde foi trasladado em 1966, aquando da sua inauguração.